sábado, 6 de outubro de 2012

Contratada pela Globo, transexual dá seu depoimento



Fernanda Lima e seu programa “Amor & Sexo” tem cumprido seu papel social. No programa da última quinta-feira 9, a apresentadora deu espaço para a funcionária Barbará Aires contar sua realidade, que, infelizmente, reflete a de vários travestis do Brasil. A primeira trans a ocupar um cargo na produção de um programa da Rede Globo veio ao palco rebater a opinião de um padre convidado.
Transexual no estágio pré-operação, Barbará Aires pediu licença para discordar com o padre Juarez e afirmou ter buscado empregos em lugares triviais, mas a prostituição, na maioria das vezes,  é o único caminho possível para travestis.  Atualmente, trabalhando na produção do “Amor & Sexo”, ela conta que está satisfeita, apesar de ganhar um quinto do que ganhava trabalhando com sexo. “Mas sei que isso é só um começo”, disse.
A produtora aproveitou para agradecer à equipe do programa e a Rede Globo, que possibilitou colocar seu crachá o nome pelo qual gosta de ser chamada e o uso dos banheiros femininos sem nenhuma discriminação. É, definitivamente está valendo a pena ficar em casa quinta-feira à noite para ver “Amor & Sexo” e seu show de entretenimento e cidadania.

Homossexuais franceses querem direito à inseminação artificial


 
Publicado pela RFI de Portugal
Por Patricia Moribe
 
Na França da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o casamento gay não existe e muito menos a adoção por casais homossexuais. Pelo menos por enquanto. A fertilização in vitro só é permitida para casais héteros– casados ou com certidão de união estável. Solteiros querendo ser pai ou mãe biológicos, nem pensar.
 
A revista francesa Têtu, voltada ao público gay, publicou na edição de outubro uma entrevista com a ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira. Ela garante que o direito ao casamento e à adoção será legalizado em breve, concretizando promessas de campanha do atual presidente François Hollande. Um projeto de lei a respeito está sendo elaborado e deve ser apresentado no final do mês ao conselho de ministros, disse a ministra. Mas, questionada a respeito da paternidade mais abrangente, ou seja, por exemplo, da possibilidade de um casal homossexual ter acesso à procriação artificial, ela diz que a questão precisa de mais tempo de reflexão.
 
A Associação de pais e futuros pais gays e mães lésbicas (APGL) reagiu à entrevista e faz um apelo para que o governo seja mais responsável, para que essa “reforma em nome da igualdade” não se torne “falta de coragem política e de respeito aos engajamentos – uma reforma da vergonha”. Conversamos com Joel Pereira, ativista da APGL. Ele conta que a associação foi criada há mais de 30 anos, com homens, pais, que após um relacionamento heterossexual decidiram assumir ser gays.
 

TV americana bate recorde de personagens LGBT em seriados



Publicado pelo Terra
 
Os novos programas "The New Normal", "Girls" e a comédia "Go On" ajudaram a televisão norte-americana a atingir um número recorde de personagens homossexuais, bissexuais e transexuais, afirmou o grupo de direitos dos homossexuais Glaad nesta sexta-feira.
 
Em seu oitavo relatório anual monitorando a diversidade étnica e de gênero na televisão, a Aliança de Gays e Lésbicas Contra a Difamação (Glaad) disse nesta sexta-feira que haverá 111 personagens LGBT em papéis regulares ou recorrentes em programas nos canais de televisão dos EUA.
 
Os programas de TV inclusivos agora variam desde séries médicas e criminais como "Grey''s Anatomy" até dramas adolescentes como o canadense "Degrassi" no canal Teennick e o seriado de época britânico "Downtown Abbey", com seu mordomo gay Thomas Barrow.
 
O presidente da Glaad, Herndon Graddick, afirmou que os números crescentes refletem "uma mudança cultural na maneira que os gays e lésbicas são vistos em nossa sociedade".
 
 
"Mais e mais norte-americanos passaram a aceitar seus familiares, amigos, colegas de trabalho e parceiros LGBT, e quando o público assiste aos seus programas favoritos, eles esperam ver a mesma diversidade de pessoas que encontra em sua vida diária", acrescentou ele em comunicado.
 
Os 31 personagens LGBT regulares nos seriados nas cinco principais redes nesta temporada representam o maior percentual (4,4 por cento) em todos os oito anos de acompanhamento do grupo. Para a temporada 2012-13, esta categoria aumenta para 35.
 
Contando os personagens recorrentes, o total sobe para 111 papeis gays, lésbicos, bissexuais ou transexuais em seriados nas cinco principais redes e dezenas de canais a cabo.
 
O programa da Fox "Glee", com dois adolescentes gays, um casal lésbico e um novo membro transexual, é mais uma vez o seriado mais inclusivo.
 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Funcionária transexual da Globo revida questionamento de padre no "Amor e Sexo"



 
Publicado pela Folha
Por Renato Kramer
 
O assunto era 'travesti' e reunia importantes religiosos de credos diversos. Toda a vez que se une os temas sexo e religião, tem-se muito pano pra manga. Mas no programa 'Amor e Sexo' desta quinta-feira (4) foi uma funcionária da produção quem acabou roubando a cena.
 
"Por que a gente tem que identificar o travesti com a prostituição?", perguntou o padre Juarez de Castro em meio à discussão do tema. "Pela dificuldade que eles têm de arrumar emprego...", respondeu a apresentadora Fernanda Lima. "Mas há muitos travestis que não se prostituem", afirmou o padre. "Existem", retrucou Fernanda, "mas é uma minoria que consegue".
 
Para dar um exemplo, Fernanda Lima chama ao palco uma funcionária da produção do seu programa, Bárbara Aires. E a teoria deu voz à realidade.
 
 
"Eu sou uma transexual pré-operação", declarou Bárbara, "ainda não fiz a redesignação sexual por motivos pessoais". Então ela pede licença para discordar do padre Juarez e conta que tentou durante muito tempo arranjar um emprego antes de se prostituir e não foi aceita em nenhum.
 
O ator Otaviano Costa lhe perguntou se ela estava contente com o que estava ganhando atualmente. "Eu hoje estou ganhando um quinto do que eu ganhava como profissional do sexo. Mas sei que isso é só um começo", confessou Bárbara.
 
O jornalista Xico Sá quis saber se a sua relação com a família tinha mudado depois que arranjou emprego na Globo. "Não mudou", respondeu objetivamente a funcionária. "Meu pai não fala comigo...se perguntam de mim ele fala que eu morri. Tem pessoas da família que falam, outras que não falam. O que muda a tua aceitação no núcleo familiar é a tua sexualidade", assegurou Bárbara.
 
"Se você é um menino, mas na realidade não é um menino porque se sente uma mulher, as pessoas não entendem isso. Então eles te expulsam daquele núcleo porque você vai ser a vergonha da família, o motivo de chacota da família", desabafou Bárbara.
 
"Eu nunca ouvi ninguém comentando, nem homem nem mulher, que tinha saído com um travesti, nem pagando, nem namorando", interpelou Léo Jaime. "Então tem uma dificuldade de se colocar profissionalmente assim como de ser aceita afetivamente, tanto na família quanto namorando?!", questionou o músico.
 
"Eu sou meio romântica demais", confidenciou Bárbara. "Eu achava que o maior complicador para que eu não tivesse um parceiro fosse o fato de eu viver no mercado do sexo. Mas agora, eu tô trabalhando aqui (na Rede Globo), tenho carteira assinada e posso ter orgulho do que faço (antes eu sempre mentia quando perguntavam) - mas isso não mudou, continua a mesma coisa", acrescentou a transex.
 
"Essa visão que a sociedade tem que sair com travesti, gostar e namorar um travesti é proibido, é crime, a família não aceita... ainda continua. Infelizmente, os convites que a gente tem são sempre furtivos, na calada da noite...". "Quando tudo o que tu queria era, na verdade, ir no cinema de mãos dadas!", comenta Fernanda Lima. "Exatamente", concorda a sua funcionária.
 
"Eu acho que eu não vou ver isso enquanto jovem...mas espero que, pelo menos na minha velhice, eu consiga ver a sociedade aceitando a realidade que eu vivo hoje, havendo uma integração familiar...sem as dificuldades todas, sem precisar passar por todos os percalços que eu passei", conclui Bárbara Aires.
 
VEJA O QUADRO QUE CONTOU COM A FALA DE BÁRBARA: CLIQUE AQUI!

Garota bissexual é impedida de assistir à aula por usar camiseta "eu gosto de vagina"



Publicado pelo UOL
 
A estudante bissexual Brianna Demato foi impedida de assistir às aulas na última terça-feira (2) por usar uma camiseta em que estava escrito "eu gosto de vagina". Os funcionários da escola Newton High School, em Nova York, teriam considerado a camiseta "muito distrativa".
 
"É hipocrisia", disse Brianna ao New York Daily News, "Eles usam a palavra durante a aula. Por que eu não posso usá-la em uma camiseta?"
 
A jovem diz já ter usado a mesma camiseta outras vezes na escola e essa foi a primeira vez em que houve problemas. Ela conta ter sido vista por um funcionário durante o horário de almoço no refeitório, que pediu para que ela trocasse de camiseta ou fosse embora.
 
 
A mãe da garota, Cathy Demato, disse ao jornal Daily News que o ato foi discriminatório. "Ela não está machucando ninguém", disse, "Ela pode usar a camiseta que quiser."
 
Para o departamento de Educação municipal, o tipo de linguagem usado na camiseta é inapropriado para o ambiente escolar e pode causar conflitos.

Versão do quadro “A Última Ceia” com LGBTs provoca protestos


 
 
Publicado pela Page Not Found
 
Esta é uma provocativa versão do famoso quadro de Leonardo Da Vinci:"A Última Ceia".  Na obra, em exposição em Belgrado (Sérvia), Jesus aparece de vestido e salto alto.
 
A artista responsável é a sueca Elisabeth Ohlson Wallin. A exposição foi aberta com grande aparato policial, já que protestos fervem, contou o "Sun".
 
Para evitar mais problema, autoridades de Belgrado cancelaram a autorização para a realização de uma parada gay que aconteceria na cidade.
 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lutador Orlando Cruz é primeiro boxeador a se assumir gay



O lutador de Porto Rico, Orlando Cruz, tornou-se o primeiro boxeador da história do esporte a se assumir gay. 
Ele lançou um comunicado em que assume a condição sexual diferente e se denomina como um "homem gay com orgulho". Cruz que figura como o quarto no ranking da WBO disse: "Tenho lutado por mais de 24 anos e como continuo minha carreira crescente, eu quaro ser verdadeiro comigo mesmo". 
Com a decisão de revelar a sexualidade publicamente, o boxeador disse também que quer ser um exemplo para as crianças que já praticam a luta. "Eu quero tentar ser o melhor modelo que eu possa ser para as crianças que se espelhem no boxe como um esporte e uma carreira profissional" explicou. 
Cruz tem 31 anos e começou no boxe aos 7 tendo como ponto alto da carreira ter sido selecionado para a Olimpíada de 2000, em Sydney.

Governo do Rio reenviará à Alerj projeto para proteger gays


 
 
Publicado no Globo
 
Depois que o Tribunal de Justiça do Rio declarar inconstitucional a lei que pune os estabelecimentos que discriminarem pessoas por causa de sua orientação sexual, o governador Sérgio Cabral decidiu na terça-feira que enviará à Alerj um novo projeto com o mesmo objetivo. A ação foi apresentada ao TJ pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado, alegando vício de inconstitucionalidade, ou seja, que a lei fere a Constituição, por ter sido uma iniciativa do Legislativo, quando é competência do Executivo. O Ministério Público estadual informou, no entanto, que ainda cabe recurso. Na época, em 2000, a proposta foi apresentada pelo então deputado Carlos Minc, hoje secretário estadual do Ambiente. Ao ser informado da decisão do TJ de declarar inconstitucional a lei 3.406/2000, ele pediu a Cabral que encaminhasse um projeto com o mesmo teor à Alerj.
 
O texto da lei diz que o Poder Executivo punirá “todo estabelecimento comercial, industrial, entidades, representações, associações, sociedades civis ou de prestações de serviços que, por atos de seus proprietários ou prepostos, discriminem pessoas em função de sua orientação sexual, ou contra elas adotem atos de coação ou violência”. Entre as medidas entendidas como discriminação, estão o constrangimento, a proibição de ingresso ou permanência, a cobrança extra para ingresso e ainda o atendimento diferenciado. A multa prevista é de cinco mil (R$ 11.376) a dez mil Ufirs (R$ 22.752), duplicada em caso de reincidência.
 
— Essa lei vigorou 12 anos. Algumas vezes, fizemos o “cumpra-se” dela, como ocorreu num hotel de Niterói e numa pizzaria no Largo do Machado. A lei não acaba com a homofobia ou o preconceito, mas é um instrumento de mudança de cultura e comportamento. Essa lei é pioneira no Brasil e sempre foi saudada nos atos de orgulho GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) — lamentou Minc.
 
Outra lei foi reapresentada
 
O secretário lembrou ainda que o TJ tomou decisão semelhante quando ele propôs a lei 3786/2002, que garante aos servidores públicos homossexuais os mesmos direitos dos heterossexuais. Na época, de acordo com Minc, o projeto tinha a coautoria de Sérgio Cabral, que reencaminhou a proposta para votação na Alerj. Com isso, a lei voltou a entrar em vigor.
 
Julio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania GLBT, elogiou a lei 3.406/2000:
 
— Ainda existe uma reação muito preconceituosa, mas a lei é um processo educativo que todos podem usar.
 
Por meio de nota, o Ministério Público estadual informou que a lei foi impugnada porque tem um vício formal. “O Ministério Público é o fiscal da legalidade e observância da Constituição e, neste caso, o deputado estadual Carlos Minc não tinha possibilidade constitucional, atribuição, de iniciar processo Legislativo sobre matéria que envolve (...) serviço público. Caberia ao governador propor esse tipo de lei e não ao deputado estadual. Portanto, não é que o MP seja contra a lei. Mas, como ela tem esse vício de forma, o MP não poderia se omitir”, diz a nota.

Um panorama da violência homofóbica no Brasil


Publicado pela Carta Capital
Por Welliton Caixeta Maciel*
 
Maiara, 22 anos, aguardava a resposta de uma entrevista de emprego. Laís, 25, queria concluir o curso supletivo noturno para ‘vencer na vida’, preferia trabalhar a estudar e desde seus sete anos de idade ajudava a mãe na subsistência da família. As duas jovens, que moravam juntas há quatro meses e mantinham uma relação homoafetiva, foram assassinadas a tiros no final da noite do dia 24 de agosto de 2012, em Camaçari, região metropolitana de Salvador (BA), quando caminhavam de mãos dadas pela rua.
 
Na região nordeste do país, no município de Jijoca de Jericoacoara (CE), no último dia 13, um homem de 36 anos foi encontrado morto em sua casa. No corpo sobre a cama, uma faca encravada na altura do peito esquerdo. A vítima era assumidamente homossexual e trabalhava como cozinheiro.
 
Na região metropolitana de Goiânia (GO), na madrugada de 7 de setembro, a dois dias da Parada do Orgulho LGBT daquela municipalidade, foram registrados os assassinatos de quatro travestis. Segundo testemunhas, as mesmas se prostituíam quando homens armados chegaram, mandaram-nas deitar no chão, atiraram e fugiram.
 
Para além de fatos isolados, os registros de violências baseadas na orientação sexual e na identidade de gênero das vítimas descritos acima compõem o levantamento divulgado no blog “Quem a homofobia matou hoje?”, a partir de denúncias encaminhadas ao Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga entidade brasileira de defesa dos homossexuais. De acordo com a organização, somente no primeiro semestre de 2012, foram contabilizados 165 assassinados de gays no País.
 
Segundo levantamento inédito divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), em julho deste ano, de janeiro a dezembro de 2011, foram denunciadas 6.809 violações de direitos humanos contra LGBTs, envolvendo 1.713 vítimas e 2.275 suspeitos. Os números oficiais foram sistematizados cm base em dados do Disque Direitos Humanos – Disque 100, na Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, no Disque Saúde e na Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como em e-mails e correspondências diretas encaminhadas ao Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT e à Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos de LGBT;
 
Apesar da subnotificação, os números do relatório apontam que, nesse período, foram reportadas 18,65 violações de direitos humanos de caráter homofóbico por dia, vitimando 4,69 pessoas diariamente. Os estados com maior incidência foram São Paulo (1.110), Minas Gerais (563), Rio de Janeiro (518), Ceará (476) e Bahia (468). O Distrito Federal ocupou a 12ª posição, com 225 notificações. 67,5% das vítimas se identificaram como sendo do sexo masculino; 26,4% do sexo feminino; e 6,1% não informaram sexo. 47,1% tinham entre 15 e 29 anos.
 
Com relação aos principais tipos de violação, 42,5% dos casos registrados foram de violência psicológica (como humilhações, ameaças, hostilizações e xingamentos); 22,5% de discriminação; e 15,9% violência física. Em 41,9% dos casos, a própria vítima fez a denúncia; em 26,3%, desconhecidos da vítima que denunciaram; e em 12%, familiares, amigos, vizinhos. O relatório revelou, também, um padrão de repetição de violência de, em média, 3,97 violações por pessoa agredida. Outro aspecto ressaltado foi o número maior de suspeitos em relação ao número de vítimas, o que sugere que as violações são cometidas por mais de um agressor ao mesmo tempo.
 
Ainda segundo os dados, em 61,9% dos casos o agressor é próximo da vítima, em 38,2% são familiares, sendo que em 42% dos casos a violência se deu dentro de casa; 5,5% das violações foram registradas em instituições governamentais – sendo 3,9% em escolas e universidades, 0,9% em hospitais do SUS, e 0,7% em presídios, delegacias e cadeias.
 
O esforço em combater todas as formas de discriminação tem constado reconhecidamente da agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) que, no marco da Declaração sobre orientação sexual e identidade de gênero, apresentada à Assembleia Geral, em 18 de dezembro de 2008, divulgou, em dezembro de 2011, o primeiro relatório global sobre os direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, no qual descreve um padrão de violações de direitos humanos presente em diversos países, reconhecendo que as pessoas LGBT são frequentemente alvo de abusos de extremistas religiosos, grupos paramilitares, neonazistas, ultranacionalistas, entre outros grupos, os quais, muitas vezes, têm agido internacionalmente sob a forma de rede. Destaca, ainda, a situação de risco peculiar à qual estão submetidas as mulheres lésbicas e os/as transexuais.
 
A partir do relatório das Nações Unidas advertindo que governos têm negligenciado a questão da violência e da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos lançou, em 14 de setembro último, documento intitulado “Nascido Livre e Igual” (em inglês Born Free And Equal), no qual traz obrigações legais que os Estados devem aplicar para a proteção de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT). Baseado em dois princípios fundamentais que sustentam a lei internacional dos direitos humanos (igualdade e não discriminação), o documento foca cinco obrigações nas quais a ação nacional é mais necessária (proteção contra a violência homofóbica, prevenção da tortura, a descriminalização da homossexualidade, a proibição da discriminação e o respeito com a liberdade de expressão e com a reunião de todas as pessoas LGBT) e busca explicar para gestores públicos, ativistas e defensores dos direitos humanos as responsabilidades do Estado com essa minoria e os passos necessários para alcançá-las.
 
Na esteira das recomendações das Nações Unidas, o relatório sobre violência homofóbica no Brasil pontua a obrigatoriedade de notificação dos casos; que haja campo para a informação sobre identidade de gênero e orientação sexual nos registros de óbito e no Ligue 180; que serviços públicos específicos para travestis e transexuais tenham acesso a canais de denúncia governamentais; que os espaços públicos de sociabilidade sejam incentivados pelos Poderes Públicos municipais, estaduais e federal com promoção de atividades artísticas e culturais e que a interação entre jovens de diferentes inscrições identitárias, étnico-raciais, de gênero e classe social, entre outras, seja estimulada; trabalhar no empoderamento dos jovens LGBT para que denunciem as violências ocorridas no ambiente doméstico; realização de campanhas de enfrentamento da homofobia e divulgação dos canais de denúncia; que seja realizada a publicização anual dos dados de homofobia no Brasil; que seja criado um painel de indicadores relacionados ao respeito à população LGBT por estado; que a homofobia seja criminalizada nos mesmos termos em que foi criminalizado o racismo; que prisões, escolas, hospitais, quartéis e outras instituições similares possuam um código de ética ou incluam em seus códigos de ética questões relacionadas ao respeito aos direitos das minorias.
 
A partir dos dados do relatório, cuja íntegra está disponível no site da SDH-PR, conclui-se que a homofobia é um problema estrutural no Brasil e atinge, sobretudo, jovens, negros e pardos, nas ruas e em suas próprias residências, operando de forma a desumanizar as expressões de sexualidade divergentes da heterossexual.
 
Os casos ilustrados no começo do artigo demonstram o quanto à masculinidade sente-se ameaçada por outras vivências de sexualidade, sob o argumento de que tudo o que fuja ao padrão da heteronormatividade necessite de “correção”, “cura”, “pena” ou “sanção”. Com relação ao espaço da rua, ressalta-se a questão da qualificação dos agentes policiais para o conhecimento da violência homofóbica e para o acolhimento das vítimas da violência. Com relação ao espaço da casa, destaca-se a importância do empoderamento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais para que denunciem a violência ocorrida no âmbito doméstico.
 
* Welliton Caixeta Maciel, assessor internacional da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, mestrando em Antropologia Social pela Universidade de Brasília, é associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Pais vão à polícia contra namoro gay


 
Publicado no Gazeta Online
Por Frederico Goulart
 
É cada vez mais comum que pais busquem o apoio da polícia para tentar uma forma de por fim ao relacionamento homossexual de seus filhos. O exemplo das duas jovens moradoras da Serra - que foram retiradas por policiais da Delegacia Antissequestro (DAS) de um ônibus que seguiria para São Paulo, na tarde de domingo - é apenas um entre os vários casos registrados neste ano.
 
O delegado Marcelo Nolasco, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), aponta, no entanto, que a maior parte dessa procura está fundamentada, apenas, no preconceito das famílias. "A maioria não resulta nem em boletim de ocorrências, pois não há crime algum. Isso só acontece quando há prostituição ou exploração".
 
Segundo Nolasco, os casos são crescentes pois a sociedade está, aos poucos, se tornando mais aberta aos relacionamentos homossexuais. "Assim, as pessoas estão se assumindo mais. Só que, dentro de casa, muitas vezes, a aceitação não é a mesma. É grande o grau de intolerância", observa.
 
Nesse tipo de situação, pais e jovens são encaminhados a programas sociais. A Prefeitura de Vitória, por exemplo, oferece, na Casa do Cidadão, em Maruípe, atendimento psicossocial com o objetivo de diminuir a discriminação, preparar as famílias para enfrentar a homofobia nas relações sociais e esclarecer sobre a diversidade sexual.
 
Tabu
 
Na opinião da psicóloga Lourdes Landeiro, a postura de condenação dentro de casa pode estimular um comportamento depressivo e desregrado dos jovens. Já para a também psicóloga Zenaide Monteiro, a sociedade ainda não está preparada para debater o assunto. "Os pais têm que alertar os filhos sobre a discriminação que eles irão sofrer", destaca.
 
No caso das jovens que tentaram fugir, Stéphanie Correia, 20, responderá criminalmente por ter induzido a estudante Gabriely Rangel Nascimento, 17, à fuga. A pena varia de um mês a um ano de prisão.
 
De famílias religiosas, jovens ficam sem apoio
 
A posição contrária à união homoafetiva, defendida por líderes evangélicos e católicos, pode explicar o posicionamento das famílias de Gabriely e Stéphanie diante do relacionamento das garotas. As duas são de famílias evangélicas.
 
Segundo o presidente em exercício da Associação de Pastores Evangélicos de Vitória, Abílio Rodrigues, a orientação sexual das pessoas precisa seguir o parecer bíblico – que prega a união apenas entre homens e mulheres.
 
Quando isso não acontece, prossegue o pastor, a igreja pede que haja um diálogo entre as famílias em busca de um entendimento. "Se a posição permanece, encaramos como sendo um pecado", observa. Abílio alega, porém, que a repressão não é o caminho certo a ser seguido.
 
Embora relate não ser comum que jovens assumam união homoafetiva dentro da igreja, o pastor acredita que isso acontece pois a situação ainda é tratada de forma muito discreta nas famílias. "O constrangimento ainda é grande".
 
Repressão traz problema psicológico
 
A repressão familiar é um mal que ajuda a estimular o surgimento de graves problemas psicológicos. É o que aponta Déborah Sabará, coordenadora do Fórum Estadual LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). "Ao preferirem não se assumir, os jovens abrem caminho para o alcoolismo, o uso de drogas e, até mesmo o suicídio". A militante defende o diálogo e a implementação de políticas públicas que orientem sobre a diversidade sexual.
 
Outros casos
 
Jovem leva surra
 
Uma copeira de 44 anos agrediu com pauladas, socos e tapas a própria filha , uma técnica em segurança do trabalho, de 22 anos, por não aceitar a orientação sexual da jovem. A garota também foi ameaçada de morte pela mãe. Ela contou à polícia que sua mãe dizia que desejava sua morte
 
Fuga após ameaça
 
Uma estudante de 16 anos passou a ser vigiada e ameaçada pela família, após seus pais descobrirem seu primeiro namoro homoafetivo, quando ela tinha 14 anos. Os pais passaram a dizer que iriam chamar a polícia caso a filha insistisse em manter contato com a garota

Pais vão à polícia contra namoro gay


 
Publicado no Gazeta Online
Por Frederico Goulart
 
É cada vez mais comum que pais busquem o apoio da polícia para tentar uma forma de por fim ao relacionamento homossexual de seus filhos. O exemplo das duas jovens moradoras da Serra - que foram retiradas por policiais da Delegacia Antissequestro (DAS) de um ônibus que seguiria para São Paulo, na tarde de domingo - é apenas um entre os vários casos registrados neste ano.
 
O delegado Marcelo Nolasco, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), aponta, no entanto, que a maior parte dessa procura está fundamentada, apenas, no preconceito das famílias. "A maioria não resulta nem em boletim de ocorrências, pois não há crime algum. Isso só acontece quando há prostituição ou exploração".
 
Segundo Nolasco, os casos são crescentes pois a sociedade está, aos poucos, se tornando mais aberta aos relacionamentos homossexuais. "Assim, as pessoas estão se assumindo mais. Só que, dentro de casa, muitas vezes, a aceitação não é a mesma. É grande o grau de intolerância", observa.
 
Nesse tipo de situação, pais e jovens são encaminhados a programas sociais. A Prefeitura de Vitória, por exemplo, oferece, na Casa do Cidadão, em Maruípe, atendimento psicossocial com o objetivo de diminuir a discriminação, preparar as famílias para enfrentar a homofobia nas relações sociais e esclarecer sobre a diversidade sexual.
 
Tabu
 
Na opinião da psicóloga Lourdes Landeiro, a postura de condenação dentro de casa pode estimular um comportamento depressivo e desregrado dos jovens. Já para a também psicóloga Zenaide Monteiro, a sociedade ainda não está preparada para debater o assunto. "Os pais têm que alertar os filhos sobre a discriminação que eles irão sofrer", destaca.
 
No caso das jovens que tentaram fugir, Stéphanie Correia, 20, responderá criminalmente por ter induzido a estudante Gabriely Rangel Nascimento, 17, à fuga. A pena varia de um mês a um ano de prisão.
 
De famílias religiosas, jovens ficam sem apoio
 
A posição contrária à união homoafetiva, defendida por líderes evangélicos e católicos, pode explicar o posicionamento das famílias de Gabriely e Stéphanie diante do relacionamento das garotas. As duas são de famílias evangélicas.
 
Segundo o presidente em exercício da Associação de Pastores Evangélicos de Vitória, Abílio Rodrigues, a orientação sexual das pessoas precisa seguir o parecer bíblico – que prega a união apenas entre homens e mulheres.
 
Quando isso não acontece, prossegue o pastor, a igreja pede que haja um diálogo entre as famílias em busca de um entendimento. "Se a posição permanece, encaramos como sendo um pecado", observa. Abílio alega, porém, que a repressão não é o caminho certo a ser seguido.
 
Embora relate não ser comum que jovens assumam união homoafetiva dentro da igreja, o pastor acredita que isso acontece pois a situação ainda é tratada de forma muito discreta nas famílias. "O constrangimento ainda é grande".
 
Repressão traz problema psicológico
 
A repressão familiar é um mal que ajuda a estimular o surgimento de graves problemas psicológicos. É o que aponta Déborah Sabará, coordenadora do Fórum Estadual LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). "Ao preferirem não se assumir, os jovens abrem caminho para o alcoolismo, o uso de drogas e, até mesmo o suicídio". A militante defende o diálogo e a implementação de políticas públicas que orientem sobre a diversidade sexual.
 
Outros casos
 
Jovem leva surra
 
Uma copeira de 44 anos agrediu com pauladas, socos e tapas a própria filha , uma técnica em segurança do trabalho, de 22 anos, por não aceitar a orientação sexual da jovem. A garota também foi ameaçada de morte pela mãe. Ela contou à polícia que sua mãe dizia que desejava sua morte
 
Fuga após ameaça
 
Uma estudante de 16 anos passou a ser vigiada e ameaçada pela família, após seus pais descobrirem seu primeiro namoro homoafetivo, quando ela tinha 14 anos. Os pais passaram a dizer que iriam chamar a polícia caso a filha insistisse em manter contato com a garota

Salvador recebe exposição sobre violência contra gays no mundo


 
Publicado pelo Correio24horas
Por Henrique Brinco
 
Entre 4 de outubro e 16 de novembro, a capital baiana recebe a exposição fotográfica 'Condenados - no meu país, minha sexualidade é um crime'. A mostra reúne 50 autorretratos de gays que vivem nos 80 países nos quais este tipo de relação é condenada.
 
 
O trabalho é resultado da pesquisa do fotógrafo e jornalista francês Philippe Castetbon, que utilizou-se da internet como ferramenta, inscrevendo-se em um site de encontros, para contatar homens em quase todos os países onde a homossexualidade é proibida e condenada pelas leis.
 

Salvador é a segunda cidade da América Latina a abrigar o projeto, que é acompanhado dos testemunhos dos participantes e foi uma forma encontrada por Philippe de revelar o cotidiano dos homens que vivem à margem da sociedade.
 
 
Exposição 'Condenados - no meu país, minha sexualidade é um crime'
Local - Centro Cultural Correios
Visitação - De segunda a sexta, das 10 às 18 horas, e sábado, das 8 às 12 horas
Classificação Indicativa – 14 anos
Entrada Franca
 
 

 

Movimento LGBT aprova Lídice da Mata para relatoria do projeto contra homofobia


 
Publicado no Rede Brasil Atual
 
A baiana Lídice da Mata (PSB), coordenadora da Frente Parlamentar LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) no Senado, será a próxima relatora do projeto que criminaliza a homofobia, o PLC 122/06. A indicação do nome foi feita pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, que ocupava a função até o dia 13 de setembro, quando assumiu o ministério. O nome teve apoio do movimento através de suas entidades nacionais e de base.
 
Em nota, o Conselho Nacional LGBT afirmou hoje (2) que a aprovação da criminalização da homofobia é uma das principais reivindicações do movimento LGBT brasileiro e é uma das propostas prioritárias aprovadas na 2ª Conferência Nacional LGBT. "Trata-se de garantir um marco legal, inserindo na legislação brasileira a proibição de discriminar as pessoas em virtude de sua orientação sexual e identidade de gênero."
 
O conselho defende a urgente aprovação do projeto e avalia que Lídice da Mata pode contribuir decisivamente nesse processo.
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Professora é detida no ES ao tentar fugir com aluna para SP



Uma professora, de 21 anos, foi detida na rodoviária de Vila Velha, na Grande Vitória, na noite deste domingo (30), ao tentar fugir com uma adolescente, de 17 anos. Segundo a polícia, a mulher foi flagrada com a jovem já dentro de um ônibus com destino a São Paulo. A professora foi levada ao Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) do município. Ela foi liberada e vai responder pelo crime. 

De acordo como o delegado, ela induziu uma menor de 18 anos a fugir e pode pegar de um mês a um ano de detenção, se for condenada. A adolescente foi levada para casa com os pais. Segundo a defesa da professora Stefani Correia, na última sexta-feira, as duas foram a um shopping e a adolescente decidiu não voltar para casa. Para os policiais, a jovem contou que mantinha um relacionamento com a professora de libras da rede pública da Serra, há pouco mais de um ano.

Os pais da jovem disseram que não aceitam o comportamento. "Eu só queria que ela sumisse da vida da minha família e da minha filha. A Stefani destruiu a vida da família dela e da nossa. Ela pagava as contas e dava presentes para a minha filha. Eu não aceito”, desabafou o pai, Fábio Gomes, que é cabo da Polícia Militar. Segundo a família, a adolescente estava desaparecida desde a última sexta-feira (28) quando foi vista pela última vez com a professora. A mulher foi flagrada com a menor na rodoviária de Araçás na noite deste domingo (30), depois que a Polícia Militar descobriu que ela tinha comprado passagens para viajar. A mãe da adolescente contou que já ouviu outros casos em que a professora agiu da mesma forma. "Essa mulher perdeu a razão e vai pagar pelo erro. Ela induziu a minha filha, mesmo a minha filha dizendo que foi por conta própria. Ela já teve outros casos em outros lugares. Ela é astuta", relatou a mãe da adolescente, Suziane Rangel. 

De acordo com a advogada de Stefani, Gisele Daud Soeiro, a adolescente e a professora já estavam juntas há um ano e quatro meses. “Elas já se relacionavam há muito tempo e os pais sabiam, mas não concordavam. Elas dormiram na casa de uma amiga e viram a repercussão na mídia. Não houve sequestro como foi cogitado pelos pais”, contou a advogada.

Califórnia proíbe terapia de 'conversão' para jovens gays


 
Publicado pelo G1
 
O governador do Estado americano da Califórnia, Jerry Brown, assinou uma lei que proíbe uma terapia polêmica que tenta "converter" jovens gays em heterossexuais. Com a medida, a Califórnia passa a ser o primeiro estado americano a banir a prática que, segundo críticos, oferece danos psicológicos aos menores que são submetidos a ela.
 
A medida foi saudada por defensores dos direitos de gays que afirmam que as chamadas ''terapias reparadoras'' não possuem base científica e põem jovens em risco. Em uma mensagem no Twitter, o governador californiano, Jerry Brown, disse apoiar a lei porque ela proíbe '''terapias' não-científicas que levaram jovens à depressão e ao suicídio''.
 
A lei proíbe menores de 18 anos de passar por terapias de mudança de orientação sexual. O projeto também contou com a aprovação da Associação Psicológica da Califórnia.
 
Exemplo californiano
 
O senador estadual Ted Lieu, um democrata, afirmou que a lei, que entra em vigor a partir de janeiro de 2013, serve como um tributo à memória de um jovem que cometeu suicídio após ter se submetido ao tratamento.
 
O senador conclamou outros Estados americanos a seguir o exemplo californiano. Lieu afirmou que, mesmo o psiquiatra que introduziu o tratamento, Robert Spitzer, se arrependeu e renunciou à prática.
 
''Se alguém tem quaisquer dúvidas de que tais terapias são malignas, eles precisam apenas escutar relatos de vítimas que passaram por essas práticas abusivas'', afirmou Lieu.
 
Grupos religiosos e políticos republicanos de direita argumentam que banir a terapia infringe os direitos de pais de oferecer auxílio psicológico a crianças que estão passando por confusões quanto à sua preferência sexual.
 

Polícia prende travesti suspeito de aliciar menores de Goiás e São Paulo


 
Publicado pelo G1
 
Um travesti foi preso na manhã dessa segunda-feira (1º), durante operação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) em uma casa de prostituição na Vila Bandeirantes, em Goiânia. De acordo com a polícia, no local rapazes menores de idade eram aliciados.
 
As investigações da operação, chamada de “Casa de Bonecas”, começaram em 2009 e mostram que os jovens aliciados dificilmente conseguiam sair da prostituição. Rapazes do interior de Goiás e São Paulo eram as principais vítimas, segundo a Polícia Civil. O travesti de 42 anos que foi preso é apontado como o principal suspeito de gerenciar o local. Conhecida na região como Linda Welsh, o homem já tinha passagens pela polícia por roubo, uso de documentos falsos e tráfico internacional de pessoas.
 
"Ela [travesti] convidava alguns adolescentes para morarem na casa dela e, em seguida, alterava o corpo desses jovens, fazia com que eles fizessem algumas cirurgias plásticas. Ela mesmo pagava. E esses jovens eles passavam a ter dívidas com ela. Dívidas que não conseguiam mais pagar", explica a delegada Renata Vieira de Freitas.
 
No prostíbulo, foram apreendidos computadores, celulares, máquinas fotográficas, próteses de silicone e cerca de R$ 3,5 mil. Outros sete travestis foram até a DPCA para prestar depoimento.
 
Veja uma reportagem da TV Globo a respeito: clique aqui!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Companheiros sonham em protagonizar o primeiro casamento gay da França


 
 
Publicado pelo DN de Portugal
 
Tito Lívio Mota, de 53 anos, e Florent Robin, de 51, estão juntos há quase três décadas. Não são "militantes pelo casamento", nem apenas defensores dos direitos dos homossexuais: lutam pelos "direitos de todas as pessoas" em geral, e, em particular, pelo seu "direito à indiferença".
 
Foi por isso -- e por amor -- que, no ano passado, tentaram casar-se no consulado-geral de Portugal em Marselha. Portugal permitia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, França não.
 
"Estávamos muito orgulhosos por [o casamento homossexual] ter sido aprovado em Portugal", conta Tito. A ideia era também, acrescenta Florent, "explicar aos franceses, e mostrar ao Governo francês, que, mais uma vez, Portugal estava à frente da França, o país das Luzes e dos Direitos do Homem, e a propósito de uma questão tão importante como a do casamento homossexual".
 
A data estava marcada, mas, dias antes, o consulado fez saber que o casamento estava adiado "sine die". O gabinete do então secretário de Estado das Comunidades, António Braga (PS), esclareceria depois que a celebração de casamentos entre pessoas do mesmo sexo em países onde a modalidade não era legalmente admitida se encontrava "suspensa até se esclarecer a questão no plano do direito internacional".
 
"Isso enervou-nos bastante", conta Tito. Uma semana depois deste episódio, e já de fato e gravata, os dois homens trocavam alianças, num casamento simbólico, envolto em poesia e debaixo da atenção dos media franceses.
 
A socialista Hélène Mandroux, presidente da câmara de Montpellier, rosto conhecido da luta pela legalização do casamento homossexual no país, conduziu a cerimónia, que não ficou, claro, inscrita no registo civil.
 
Agora, em vésperas da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo em França, estes dois homens querem ser o primeiro casal gay a casar no país: "Vamos casar", diz Tito. "Recasar, mas desta vez ficará no registo", corrige Florent.
 
Para Tito Lívio, "esta é a última barreira que há entre as pessoas de sexualidade diferente". Estando ultrapassada, "já não há mais nenhuma diferença legal entre as pessoas, e vai poder começar a fazer-se o trabalho, que já devia ter-se feito há muito tempo, de explicar às pessoas que não há nada de anormal em ser assim".
 
No início de setembro, a ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, anunciou, em entrevista ao diário cristão La Croix, que o Governo pretende permitir aos casais homossexuais a adoção de crianças "num quadro idêntico ao atualmente em vigor" para os casais heterossexuais.
 
A governante esclareceu, contudo, que o executivo não prevê alargar aos homossexuais o acesso à procriação medicamente assistida, como era reivindicado pelas associações. Embora não pretenda ter filhos, o casal considera que estas duas questões devem ser analisadas sob a mesma perspetiva: "A coisa é boa ou má em si. Não é -- não pode ser -- boa para uns e má para os outros", consideram.
 
Tito Lívio Mota e Florent Robin estão felizes com esta alteração da lei, mas conscientes do caminho, "que será já de outras gerações", que ainda é preciso percorrer "para eliminar todos os preconceitos".
 
Ainda assim, concordam, as conquistas são já amplas: "Para termos uma ideia do caminho que foi percorrido, eu nasci em 1961, e, nesse ano, o parlamento francês aprovou um decreto que considerava a homossexualidade um flagelo nacional", conclui Florent.

domingo, 30 de setembro de 2012

Uruguaios protestam após onda de crimes contra LGBTs


 
Publicado pelo Terra
 
Milhares de simpatizantes do Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) do Uruguai percorreram nesta sexta-feira o centro de Montevidéu em defesa de seus direitos e para reivindicar uma resposta contra a onda de crimes que neste ano castigou a comunidade transexual do país. A passeata, com a qual a cada 28 de setembro as minorias sexuais uruguaias lembram o Dia da Diversidade Sexual, transcorreu de forma festiva e pacífica pela principal avenida da capital e só foi obscurecida pela lembrança constante dos cinco transexuais que foram assassinados no país neste ano.
 
Segundo explicou à Agência Efe a advogada transexual Michelle Suárez, estes crimes "extremamente ferozes" são a questão mais importante a ser levada em conta neste momento pela comunidade LGBT. "Estes cinco assassinatos foram cruéis, porque posteriormente as queimaram ou tentaram queimar. Eram trabalhadoras sexuais, e a falta de resposta que houve sobre este tema põe obviamente sobre a mesa as discriminações estabelecidas, que parecem assinalar que os transexuais são seres torturáveis e assassináveis", disse Suárez.
 
"Como sempre, se olha um grupo discriminado e vulnerável e se considera que os culpados estão entre eles, o que não acho que seja uma atitude que leva a um progresso", acrescentou. Apesar desta circunstância, Suárez considerou que nos últimos anos no Uruguai "houve enormes avanços" no tratamento a gays, lésbicas, bissexuais e transexuais e que o país é "um lugar de vanguarda em avanços constitucionais e legais", ao qual só falta a aplicação de políticas sociais que busquem ajudar a população discriminada.
 
Neste sentido, o Ministério de Desenvolvimento Social do Uruguai anunciou hoje que os transexuais poderão qualificar-se como beneficiados do Cartão Uruguai Social, que permite o acesso a amplos auxílios sociais e a programas assistenciais, trabalhistas e educativos para evitar a exclusão social que sofrem.
 

Casais homossexuais oficializam união estável durante cerimônia coletiva em São Paulo


 
Publicado pela Agência Brasil
Por Daniel Mello
Fotos da Uol
 
São Paulo – “Um sonho alcançado e um direito adquirido”, foi como a costureira Mirian Moura definiu a sua união estável com a companheira Vânia Maria em uma cerimônia coletiva promovida pela Secretaria de Estado da Justiça de São Paulo, na noite de sexta-feira (28). “Para a gente está sendo muito importante, depois de dez anos de relação conseguir esse direito da união estável”, completou.
 
 
A cerimônia ocorreu no Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte da capital paulista, e reuniu 47 casais homossexuais. O direito à união estável de casais do mesmo sexo foi reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal em maio de 2011.
 
Além de compartilhar o sobrenome do cônjuge, a união estável permite uma série de direitos, como partilha de bens em caso de separação e o direito a sucessão no caso de falecimento. Na hipótese do casal querer adotar uma criança. “Esse documento mostra que elas têm uma família e facilita o processo, sem dúvida nenhuma”, destacou a coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça, Heloísa Alves.
 
Heloísa ressaltou ainda a importância da união estável para os casais. “Porque é uma forma de você afirmar a cidadania da população homossexual, de reconhecer que essa população tem que ter seus direitos garantidos e tem direito a ter uma família”, disse.
 
Direito que, na cerimônia coletiva, foi mais aproveitado pelas mulheres. Entre os 47 casais, apenas 15 eram de homens. “Curiosamente, as mulheres adoram casar”, brincou a coordenadora. Entre os homens que oficializaram o compromisso estão Valdir de Freitas e André Cruzbello. “É um evento sério, para as pessoas verem que não é moda, é uma união normal”, declarou Valdir.
 
Para a defensora pública do Núcleo de Combate à Discriminação, Vanessa Vieira, a cerimônia foi importante como forma de reafirmar os direitos dos homossexuais. “Uma inciativa como esta é muito importante para dar visibilidade a população LGBT [Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes] e também para propiciar a oportunidade deles saberem mais sobre os seus direitos. Saberem o que eles podem exigir do governo, das entidades particulares e de toda a sociedade em geral”, disse.
 
A Defensoria Pública foi responsável pela orientação jurídica dos casais e elaboração da escritura das uniões. Vanessa Vieira apontou ainda que esse público é o que mais apresenta denúncias de discriminação à defensoria. “Infelizmente, em todas as áreas sociais se vislumbra esse preconceito e discriminação, seja por empresas, seja por órgãos públicos”, ressaltou.